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O Expresso, esse farol do jornalismo mundial, descobriu que, nos tempos de O Independente, Paulo Portas achava que Soares era isto e que Cavaco passava por ser aquilo (um "egocêntrico"). A verdade é que Soares era isto e Cavaco sempre foi aquilo. Esse brilhante exercício de memória faz-me pensar nos textos que antigos marxistas-leninistas e maoístas de primeira linha, que hoje descubro, com certo espanto, na direcção e editorias do Expresso, esse farol do jornalismo mundial, escreviam na época, quer sustentando que a Albânia era o futuro do mundo civilizado, quer genuflectindo diante da vasta sombra de Mao (esse benfeitor), quer fazendo alfinetes de peito a Estaline, o pai dos povos. Dito assim, prefiro um maquiavel de pacotilha (como Portas) a pessoas humanas que queriam instalar uma ditadura do proletariado nas Avenidas Novas. 

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publicado às 01:55


Moralidade e assim

por Frederico V Gama, em 19.05.13

O gestor público Teófilo Braga deslocando-se para o Palácio de Belém no eléctrico 15.


 

Afastado dos segredos da vida empresarial, sigo pelos jornais os intermináveis sucessos dos nossos magos da gestão pública e de empresas públicas, que são o que são e cuja lista mereceria da parte do Rui Passos Rocha e do Tiago Moreira Ramalho o acompanhamento a um barbeiro que usasse a navalha de Ockham. A ideia de que o ministro da Economia está a elaborar um despacho para cortar nos carros e motoristas dos gestores públicos e nos gestores de empresas públicas está a recolher apoio de várias camadas da nossa população e mesmo de colunistas insuspeitos de perceberem de economia. Eu concordo, por uma questão de princípio. Vivo a quilómetro e meio do meu posto de trabalho e o percurso é agradável, sobretudo na Primavera (até nesta Primavera): passo pelo sr. Augusto dos jornais, pelo fornecedor de bica em chávena fria, e por um ajuntamento de plátanos e choupos a que estranhamente a minha estimada autarquia chama jardim. Em pouco mais de vinte minutos perfaço esse caminho até me sentar à secretária e ligar o computador para saber o que António José Seguro disse nos dois dias anteriores. Não preciso de motorista nem, notem bem, do carro com que ele podia, por hipótese, apresentar-se à porta de minha casa. Mas eu não sou gestor público nem gestor de empresas públicas. E acho que um gestor público ou gestor de empresas públicas podia perfeitamente viver sem carro ou motorista. O presidente Teófilo Braga ia de eléctrico para Belém, de forma bastante proletária, tendo ocupado o cargo entre 29 de Maio e 4 de Agosto de 1915. Não tinha direito a telemóvel, a computador portátil ou a cartão de débito para despesas de representação e consta que passajava as suas peúgas no intervalo das audiências. É a esta moralidade que temos de regressar com urgência: gestores públicos e gestores de empresas públicas com sumptuosos e austeros bigodes, transportando a sua marmita com arroz de tomate e pastéis de bacalhau e uma maçã riscadinha de Palmela para sobremesa complementada de café de cevada. Em simultâneo, o governo devia fornecer-lhes acesso à internet apenas em determinados horários, e um plafond aceitável para corridas de táxi (a justificar com três impressos conformes ao regime de austeridade). Da mesma forma, os senhores secretários de Estado teriam subsídio de transporte para as companhias de ónibus ou metro de Lisboa, e comparticipação na compra de atacadores dos seus botins. Com esta medida iria moralizar-se a vida pública e o Estado poderia, com vantagem, contratar ministros, gestores públicos e gestores de empresas públicas ambiciosos e orgulhosos das suas condições laborais. Quem não quer trabalhar num clima desta moralidade? Estou na primeira linha.

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publicado às 00:56


Querias

por Frederico V Gama, em 19.05.13

Imagem do veículo em que o doutor Jorge Moreira 

da Silva chegou a Lisboa.

 

É com prazer (estranho e exótico, mas algum) que anunciamos que o doutor Jorge Moreira da Silva acaba de aterrar no aeroporto de Lisboa vindo de Marte: “Estamos todos responsabilizados quanto à necessidade de encontrar propostas alternativas na eventualidade de discordarmos delas.”

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publicado às 00:50


Sobreviver

por Frederico V Gama, em 05.05.13

Estrela Serrano sobreviveu [aos cortes nas pensões]: «Os que sobreviverem estarão em estado de demência e terão de ser recolhidos em asilos, albergues e hospícios. Os mais “sortudos” serão abandonados nos bancos dos hospitais.» Infelizmente o resultado foi esse.

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publicado às 18:46


Subsídio de refeição

por Frederico V Gama, em 05.05.13

A RTP pediu aos jornalistas que foram fazer a cobertura do congresso do PS para devolverem o subsídio de refeição desse fim de semana, porque o PS tinha providenciado catering. Moralmente sublime e quase indiscutível. De igual forma, a contabilidade da RTP deve reter o subsídio de refeição pago a Luís Marinho, Alberto da Ponte e Cunha Vaz, por exemplo, no dia em que foram almoçar com Miguel Relvas para lhe anunciar que José Sócrates era a nova aquisição da RTP, porque parece que quem pagou a conta foi Miguel Relvas. Passos Coelho, quando descobriu, mandou-o apresentar a demissão.

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publicado às 18:08


Nomes

por Frederico V Gama, em 25.04.13

Não sei se Instituto Politécnico é a designação certa, mas Universidade de Ciências Aplicadas parece-me um repolho. É como Faculdade de Motricidade Humana em vez de Instituto Superior de Educação Física. Somos fantásticos para chamar os nomes pelos bois.

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publicado às 00:07





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